A sexualidade da criança nas diversas fases de sua infância.

Antes de mais nada vamos entender o significado de sexualidade.
A OMS – Organização Mundial da Saúde, define que a “sexualidade faz parte da personalidade de cada um, sendo uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto a saúde física e mental”.
A curiosidade e os questionamentos referentes à sexualidade surgem desde muito cedo na vida das crianças. E é importante para a criança aprender a lidar com os limites desde cedo.
Aqui vamos nos ater apenas aos três primeiros:
1. primeira infância (0 a 2 anos)
2. fase pré-escolar (2 a 6 anos)
3. segunda infância (6 a 10 anos).
Mas como suprir a curiosidade da criança sem passar dos limites? Como não repreender para traumatizar? Não sei falar sobre sexo com meus filhos! Esses questionamentos e afirmações são muito comuns e vou tentar ajuda-los da melhor forma possível.
Por isso aproveite este espaço e envie suas dúvidas, para que juntos possamos educá-los da melhor forma.
Eu acredito que a educação de berço, aquela que vem desde criança e de casa, bem orientada, pode ser a responsável por adultos seguros, menos violentos e menos preconceituosos.
A criança até os 2 anos de idade, descobre o mundo pela boca, isto é, trata-se da fase oral. O mais importante dessa fase é entender que sugar o leite da mãe é uma experiência tão prazerosa para o bebê que ela se sobrepõe às demais. O bebê leva tudo à boca na incansável busca da sensação de prazer. Nessa fase, o prazer é definido exclusivamente pela ação do sistema nervoso. E a partir dos 2 anos de idade, chega outro desafio para os pais: desfraldar as crianças. Mas segundo a pediatra e neonatologista, Dra Elaine A. Bassani, “ é importante saber lidar com o tempo de cada criança, sem pressão, para que não haja traumas a ponto de ter prisão de ventre ou segurar o xixi”.
Mas você deve estar se perguntando o que que é que tem isso a ver com a sexualidade da criança. Tem tudo a ver. O simples controlar do próprio esfíncter, tanto o anal quanto o genital, mostra-se uma profunda fonte de prazer. O esfíncter é uma estrutura, geralmente um músculo de fibras circulares concêntricas dispostas em forma de anel, que controla o grau de amplitude de um determinado orifício.
É natural que as áreas do corpo onde o bebê sente prazer despertem nele curiosidade. E ele vai mexer sempre que puder, principalmente quando começar a tirar a fralda. E é ai que as crianças passam a explorar mais seus genitais e região anal.
Meninos percebem sua ereção e as meninas descobrem que a manipulação do clitóris pode ser muito gostosa. No escorregador, no braço do sofá, sentados como índios e passando os pés no próprio genital, etc., as crianças se dão conta das sensações prazerosas vindas destas partes do corpo e, por isto, tendem a repeti-las sempre que possível, a sós ou em público.
E o que fazer a partir dessa fase, dos 3 anos até os 6 anos de idade? Os pais não devem se desesperar porque sua filha ou seu filho estão se tocando.
Se a criança “brinca” sozinha com suas partes íntimas em momentos pontuais e a brincadeira não causa incômodo a outras pessoas, nem a exclui de determinadas situações, não tem por que interrompê-la. No entanto, é importante conversar com a criança que a masturbação, o ato de se tocar, não pode ocorrer em qualquer lugar e nem com a participação de outras pessoas.
Eu sugiro que você deva verbalizar que por mais gostoso que seja brincar com os próprios genitais ou ânus, esta é uma brincadeira que se faz sozinho e sem objetos que possam machucar. É uma forma de não proibir, para não gerar traumas futuros na vida adulta.
Agora, se o pequeno insiste em se masturbar na frente de todos, mesmo que não saiba exatamente o que está fazendo, ele precisa saber que o papai e a mamãe vão ficar tristes se continuar, de preferência com uma conversa mais séria, que faça a criança também pensar, e não simplesmente obedecer.
Tentar ser leve e verdadeiro com a criança, é uma sugestão para que isso signifique segurança e discernimento para ser tornar um bom ser humano, e a confiar nos pais. Não precisa sempre falar tudo de forma técnica. Primeiro entenda o que essa criança quer realmente saber.
Participei de um congresso on line meses atrás, em que a psicoterapeuta justamente dava um exemplo que pode ser interessante para você.
Quando a criança perguntar de onde ela veio, não se desespere e fique sem graça, tenso, ou desenhando o aparelho reprodutor humano, as vezes a criança quer saber do local, da cidade que ele surgiu.
A criança fez a seguinte pergunta para a mãe: — Mamãe de onde eu vim?
A mãe tensa, atrapalhada com tal pergunta, começou a desenhar o aparelho reprodutor humano, tanto feminino como o masculino, e a criança respondeu:
— Nossa, que difícil! O Pedro me disse que ele veio de Porto Alegre, uma cidade lá do sul do Brasil.
Então estejam abertos a simplicidade das perguntas das crianças. A curiosidade das crianças em relação
ao sexo aumenta conforme se desenvolvem.
Dos 6 aos 10 anos de idade, é um momento de sensualidade, pois as crianças estão aptas a experimentar as sensações. O lúdico aparece na imitação de modelos. É um bom momento para transmitir informações e valores (confiança, respeito, amor, honestidade, responsabilidade), as crianças estão prestando atenção o tempo todo na fala dos adultos. É nesse período que se fortalece a identidade de gênero e prepara a criança para o próximo período, a puberdade.
Ajudei?
Então mandem sugestão de textos, assuntos ou dúvidas que vocês queiram que eu escreva!

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